Aprovado o projeto que reconhece a festa “Spring Break” como Patrimônio Cultural Imaterial de Viçosa
Na reunião ordinária desta segunda-feira (25), a Câmara Municipal de Viçosa aprovou, por 7 votos favoráveis, 2 contrários e 2 abstenções, o Projeto de Lei nº 82/2025, de autoria do vereador Raphael Gustavo dos Santos (PSD), que declara o evento Spring Break Viçosa como Patrimônio Cultural Imaterial do município. O projeto reconhece a relevância social, cultural e econômica da festa, realizada anualmente e que atrai milhares de visitantes.
O criador da Spring Break, Lucas Marilton dos Santos Silva, usou a Tribuna Livre para defender a proposta e destacar o impacto positivo do evento. “Para muitos, festa em Viçosa é sinônimo de bagunça. Para mim, desde o início, foi fonte de renda. Gera emprego para trabalhadores, movimenta bares, hotéis, comércio local e ambulantes. Além disso, a Spring sempre buscou ter responsabilidade social: já fizemos doações para projetos ambientais, proteção animal e, neste ano, destinaremos R$ 50 mil aos hospitais de Viçosa”, afirmou.
Na defesa de seu projeto, o vereador Raphael Gustavo ressaltou que o reconhecimento oficial fortalece a identidade cultural do município. “A Spring Break já é uma tradição consolidada, principalmente entre a comunidade universitária. Não se trata apenas de uma festa privada, mas de uma manifestação coletiva que gera integração social e movimenta a economia. Outros eventos pagos, como o Carnaval do Rio e o Festival de Parintins, também são reconhecidos como patrimônio cultural”, argumentou.
Apesar do apoio majoritário, a matéria gerou divergências no plenário. O vereador Professor Idelmino (PCdoB) votou contra a proposta, questionando se o evento se enquadra nos critérios de patrimônio imaterial. “Para ser considerado patrimônio, é necessário que seja uma criação cultural do povo local, transmitida entre gerações e de acesso popular. A Spring Break tem origem em outro país e ocorre em espaço fechado, restrito a quem pode pagar ingresso. Não podemos confundir impacto econômico com identidade cultural”, rebateu.
A vereadora Jamille Gomes também se posicionou contrária, reforçando a preocupação com os critérios. “Não se trata de desmerecer a festa, da qual inclusive participo. Ela tem grande importância econômica para Viçosa, gera emprego e renda. Mas isso não a torna um patrimônio cultural imaterial. O reconhecimento deveria ser feito sob outra ótica, como o impacto econômico e social do setor de eventos, e não nesse formato”, declarou.
Ao final da votação, a maioria dos parlamentares acompanhou a defesa do autor, garantindo a aprovação do projeto em definitivo. O PL segue agora para sanção do prefeito.
Foto: Divulgação/Câmara de Viçosa