Drogas: Vereadores discutem sobre o tema

por vca — publicado 01/12/2011 08h04, última modificação 11/03/2016 09h12
29/11/2011

Em fala pontual, o Vice-Presidente interino, Vereador Antônio Elias Cardoso (PR) articulou na reunião ordinária dessa terça-feira, 30, sobre sua participação representando a Câmara na formatura do Programa Educacional de Resistência as Drogas (PROERD).

Segundo o vereador, a Polícia Militar (PM) faz um ótimo trabalho de combate preparando crianças para um futuro melhor e de não envolvência com entorpecentes. A questão do aumento da criminalidade também foi citada, juntamente com o aumento do uso de drogas e álcool. Antônio Elias também disse considerar que a PM realiza esse trabalho hoje porque no futuro não quer repreender-las ou prender-las.

O envolvimento das coordenadoras do projeto, Soldado Fernanda e Cabo Medina, dos pais e da família em geral mostra a sua relevância. Foi citado pelo vereador um dos momentos da formatura, em que uma redação de aluno foi lida contando da própria família e o envolvimento com drogas e a libertação depois do projeto. “Precisamos de mais investimentos em projetos sociais. Recuperar menores das drogas, dar condições de tratamento e educação religiosa”, disse.

Em aparte, vários vereadores também falaram. O Vereador Carlitos Alves (PDT) disse que o grupo que usuários na cidade é muito grande. A maioria que é internada não fica por muito tempo e dificilmente o vício é vencido sem apoio familiar e religião. Carlitos também relacionou o grande número de assassinatos com o uso de drogas. “Precisamos ser mais severos com os traficantes e atender melhor os viciados. É necessário que se investigue o que está acontecendo”, pediu. O vereador também falou sobre a fragilidade das leis e o excesso de proteção que as vezes concede. Ao findar de sua fala, o vereador sugeriu uma casa de acolhimento de um tempo maior (de 6 meses a 1 ano).  

Cristina Fontes se manifestou também, expondo que muitos jovens perdem suas vidas por conta das drogas. “A legislação realmente é falha. Mas nós somos a única cidade que possui uma Universidade e não possui um Batalhão de Polícia”, ilustrou. Como madrinha do PROERD, comentou o evento com destaque nas leituras de redações pelas crianças, “Temos que combater o que está na rua, mas temos que cuidas das crianças”, falou.

O Presidente da Casa, Vereador João Batista Teixeira explanou sobre a conversa que teve com a diretora do presídio, Rosa Maria Teixeira, a respeito da violência que está havendo na cidade e o aumento da criminalidade. Explicou que existem três tipos de detenções, regime fechado, semi-aberto (penitenciárias agrícolas) e o regime aberto (albergues). Como não há em Viçosa penitenciária agrícola e os albergues e presídios estão cheios o juiz não pode aumentar a pena, ele “joga para baixo”. Muitos traficantes têm direito de serem albergados, como não há albergues acabam cumprindo prisão domiciliar, continuando a praticar o crime. “A lei é falha, mas é lei. Temos as nossas limitações e não podemos piorar ou ir contra”, comentou.

O vereador Marcos Nunes (PT) falou que é preciso separar as funções de cada um e que uma série de coisas que se tem questionado é obrigação do Estado de Minas Gerais. “Ele está sendo negligente, jogando a carga em cima de nós. É difícil, nós temos dificuldades... ”, finalizou.

Devido a grande discussão gerada, Antônio Elias propôs uma Audiência Pública para que o tema possa ser mais aprofundado. “Sei que essa é uma preocupação pertinente, e trabalhando juntos daremos um resultado positivo à população”, disse aos vereadores.

A Audiência Pública foi marcada para o dia 14 de dezembro, quarta-feira, no Plenário da Câmara.