Água: Moradores do Santa Clara pedem providências aos Vereadores

por vca — publicado 08/02/2012 15h32, última modificação 11/03/2016 09h09
07/02/2012

07/02/2012  Moradores do Santa Clara na mesa

Em noite de Casa cheia, foi realizada nesta terça-feira (7), a primeira reunião ordinária de 2012. O morador do bairro Santo Clara, Idelmino da Silva, fez uso da tribuna livre para reivindicar uma postura do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) com relação à falta do abastecimento de água. Ele ainda falou de outros problemas no bairro.

O morador destacou que foi protocolado uma série de pedidos de melhorias e que nada foi feito. “Nós esperamos pelo orçamento de 2012 para podermos fazer essas cobranças, queremos ser contemplados com a construção de uma creche, asfalto, construção de esgoto na rua Vicentina Quintão, aumento do número de atendimentos no Programa de Saúde da Família, além da limpeza de terrenos e ruas”, apontou.

Dentre os principais problemas do bairro está a falha no abastecimento de água. Idelmino ressaltou que esse fato tem persistido há anos e não foi ostentada nenhuma medida efetiva para que seja solucionado. “Em algumas ruas o abastecimento está sendo feito por caminhão pipa e mesmo assim não são todas as casas que conseguem água. Sempre que procuramos o órgão responsável respondem que existe um vazamento, porém ele nunca é encontrado ou solucionado”, desabafou.

Ele finalizou fazendo um apelo para que os vereadores pudessem ir até o bairro Santa Clara fiscalizar a situação e interceder junto ao Executivo para que as devidas medidas fossem tomadas.

ESCLARECIMENTOS

O Vice-Presidente da Casa, Luís Eduardo Salgado (PDT), convidou para participar da reunião ordinária, o Diretor do SAAE, Sânzio Borges, a fim de que prestasse esclarecimentos a respeito da falta de água no bairro e a defensora pública da comarca de Viçosa, Ana Flávia Diniz.

Luís Eduardo relembrou que no final do ano de 2011 reuniram-se com a Defensoria Pública para discutir a respeito do problema. O Vice-Presidente destacou: “Na ocasião, o Defensor Público, Glauco Rodrigues esteve presente e estivemos junto ao SAAE para reivindicar pelos moradores que estavam com esse problema. Passados alguns meses o problema retorna, com mais pessoas sendo atingidas e uma parcela maior da população sofrendo com isso”.

Em seguida, a Defensora Pública, Ana Flávia Diniz, fez as considerações a respeito da atual situação. Segundo ela, tem sido buscado o diálogo com o SAAE para que o problema possa ser resolvido de uma maneira amigável. “Compreendemos que a água é um bem fundamental e a sua falta atinge a dignidade do ser humano”.

Ela destacou que existem instrumentos judiciais para resolver a situação. “Estamos nos comunicando com o SAAE para que nos prestem esclarecimentos do que está acontecendo e precisamos de uma postura da autarquia, no entanto se não conseguirmos resolver o problema de forma amigável, iremos recorrer à justiça”, ressaltou.

O Diretor do SAAE, Sânzio Borges, se pronunciou “gostaria que pudéssemos resolver a situação em comum acordo, não estamos querendo criar embate com os moradores, precisamos que nos apontem os locais no bairro para que possamos corrigir as falhas”.

Sânzio pontuou que “depois da Audiência Pública realizada na Casa, em setembro de 2011, não houve mais problemas com relação a falta de água, até que o abastecimento ficou prejudicado, por ter acontecido alguns vazamentos em alguns bairros.”

Ele ainda completou que o problema está no crescimento de Viçosa, pois o manancial é limitado e não tem condições de abastecer mais localidades e a cidade continua crescendo de forma acelerada.

“Desde o dia 18 de janeiro colocamos nosso caminhão pipa e um caminhão emprestado de Ponte Nova, esses caminhões estão sendo pagos para abastecerem o bairro. Eu peço a compreensão de todos, porque para resolver um problema deste não é de um dia para o outro, terão que ser trocadas todas as tubulações”, destacou.

O diretor também salientou: “estamos com uma firma que está procurando um motor que encaixe nesse atual sistema e passe de 166 mil litros a jogar 200 mil litros de água por hora e isso nos dará uma vazão maior acrescida no sistema, que poderá resolver o problema de falta de água do bairro Santa Clara e adjacências”.

Sânzio finalizou pedindo a compreensão dos moradores. “Nós estamos aqui para discutir o problema, todo cidadão tem direito a água, estamos trabalhando e em um prazo de no máximo 30 dias iremos normalizar a situação”.

O Vice- Presidente pontuou que podem estar acontecendo fatos que não estão chegando ao conhecimento do diretor do SAAE e que interferem diretamente na medida encontrada de imediato para solução do problema. “Gostaria de agradecer a presença dos moradores do bairro Santa Clara, da Defensoria Pública e do Diretor do SAAE. Iremos realizar na quinta-feira, às 19 horas, no plenário da Casa, uma nova reunião com a Defensoria Pública para discutirmos o problema e as devidas medidas”, destacou.

O Presidente da Casa, João Batista Teixeira (PR), agradeceu a compreensão dos moradores presentes, que não puderam se manifestar, por ser uma reunião da Câmara e não uma Audiência Pública.

João Batista também lamentou o fato de o município ter que trabalhar no limite de abastecimento de água. “A falta de água é um problema recorrente na cidade, porque Viçosa cresceu aleatoriamente, sem planejamento urbano, foram feitas construções em áreas inundáveis, em áreas de preservação e hoje estamos sofrendo essas conseqüências”, ressaltou. 

Ele completou “o problema está aí e precisa ser resolvido de maneira emergencial, enquanto não encontramos a solução definitiva. Na reunião de quinta-feira é necessário discutir uma maneira emergencial, o que o SAAE pode fazer para minimizar o problema esse ano. São muitas as medidas a serem tomadas e nós temos que participar junto ao Executivo”.

O Presidente ainda apontou a necessidade de a administração atual fazer um estudo e um planejamento do que realmente deverá ser priorizado no município.  “Nós não temos a premissa e não podemos direcionar o que iremos fazer, mas temos que cobrar o que realmente é necessário, uma vez que a população vem a essa Casa reivindicar. E se não começarmos a planejarmos a cidade, esses problemas nunca poderão ser solucionados”, finalizou.