Presidente do INEP fala sobre o Programa Mais Médicos

por vca — publicado 07/08/2013 15h51, última modificação 11/03/2016 09h08
07/08/2013

Nesta terça-feira (07) o Presidente do INEP, Professor Luis Cláudio Costa participou da reunião ordinária da Casa para falar a respeito do Programa Mais Médicos do Governo Federal.

O Presidente da Comissão de Saúde da Casa, Sérgio Norfino (PSDB) fez a direção dos trabalhos. Ele salientou que trazer esse assunto que está presente no cenário nacional é importante. “O Programa Mais Médico que o governo está querendo implementar e o INEP é responsável pela aplicação do revalida que é um questionamento da classe médica e o Professor está numa posição estratégica no sentido de trazer informações no que concerne ao governo federal do Programa Mais Médico.”

O Presidente do INEP, Luis Cláudio Costa fez um balanço da educação de nível superior no país, principalmente para o curso de medicina. “O Brasil tem 0,8% de vagas de medicina por 10 mil habitantes em apenas 59 municípios. Nossa intenção com o Programa Mais Médicos é aumentar cerca de 11.000 vagas nos cursos de medicinas no país para instituições públicas e privadas até 2017, principalmente nas áreas mais pobres, dando condições estruturais para isto.”

Ele explicou o que é o Programa Mais Médico e salientou a importância do diálogo e da discussão. “O Programa Mais Médicos prevê investimento em infraestrutura dos hospitais e unidades de saúde, além de levar mais médicos para regiões onde não existem profissionais. Com a convocação de médicos para atuar na atenção básica de periferias de grandes cidades e municípios do interior do país.”

E completou: “os médicos brasileiros que quiserem trabalhar nessas cidades no atendimento básico de saúde por três anos, receberá uma bolsa de 10.000 reais e auxílio instalação”.

Luis Cláudio pontuou que “a questão que os médicos colocam é que quando os médicos brasileiros não preenchem as vagas, estão sendo chamados os estrangeiros, que já são habilitados e exercem a medicina no seu país, no entanto não podem ser médicos de países com menor número de médicos por habitantes do que o Brasil. Eles irão receber tutoria dos professores das Universidades Federais e terão acompanhamento de três anos por esses professores, além de só poderem atuar n atenção básica e nos locais predestinados pelo governo, ou seja, não podem atender em consultórios e nem hospitais particulares”.  

O Vereador Sérgio Norfino fez alguns questionamentos, como representante da classe médica. “As entidades médicas apóiam o programa, porque o acesso a saúde por parte da população é justo. No entanto, alguns pontos do programa são questionados como o cuidado da qualidade do atendimento ao paciente é fundamental e a condição e a infraestrutura para isso é essencial.”

E continuou: “as críticas tem haver com a questão do médico como o profissional em si, quando coloca que o médico tem que ser alocado em uma determinada área exercendo a função na atenção básica, mas não ter a liberdade de buscar atuar em outras funções, às vezes da sua especialização, isso restringe um pouco o profissional”.

Ele ainda salientou que o programa não prevê nenhum vínculo do médico como profissional na prestação da assistência. “Quando o profissional vai para uma região carente, ele pode criar vínculos com a comunidade e monte sua clínica, fortalecendo a relação médico e paciente e também a entidade é contra a vinda dos médicos estrangeiros vierem para o país sem passar pelo exame de revalida.”

O Vereador Sérgio ressaltou que para prestar atendimento, além de médicos, precisa de uma equipe multiprofissional, como enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e da infraestrutura mínima.

 

O Professor Luis Cláudio respondeu que as questões podem ser ajustadas. “O revalida é algo que não abrimos mão quer ser médico pleno no Brasil tem que passar pelo revalida. A questão é que se o médico já é credenciado e atua no seu país e irão passar pelo padrão de qualidade das universidades, eles não fazem o revalida, porque não irão poder ter o atendimento pleno, eles iram atuar apenas na cidade e no atendimento básico.”