Relatório da Comissão dos Notáveis é apresentado na tribuna livre

por vca — publicado 13/11/2013 09h03, última modificação 11/03/2016 09h08
13/11/2013

Na reunião ordinária da terça-feira (12), o membro e relator da Comissão dos Notáveis, José Mário Rangel expôs aos presentes a conclusão dos trabalhos da Comissão. Na íntegra, segue o relatório apresentado.

 

“Antes que eu me esqueça, devo dizer a V. Exas. que, à exceção de minha pessoa, não seria possível, em Viçosa, formar-se comissão de mais alto nível. Cada um fez o melhor que pôde. E não poderia deixar de ser assim, por tratarem-se de pessoas do mais alto nível ético, mental e moral, os oito, indicados no dia oito do Mês Oitavo do ano em curso.
Foram dois os encontros formais. Aos 30 dias do mês de Agosto e aos 20 dias do mês de Setembro, ambos na sede desta Augusta Câmara Municipal de Viçosa. Nomeados pela Portaria nº 024/2013 da Presidência da Câmara, Dr. Luís Eduardo Figueiredo Salgado e da Vereadora Profa. Marilange Santana Pinto Coelho Ferreira, presentes, participaram.
Prof. Francisco Machado Filho, Dr. Vicente de Paula de Souza Castro, Prof. Pélmio Simões de Carvalho, Prof. Cônego José Geraldo Vidigal de Carvalho, Dr. Randolpho Martino Júnior e o Jornalista Simão Cirineu Ladeira, todos eles, integrantes da referida Comissão, e todos apresentaram os seus pareceres relativos ao assunto, à exceção da Profa. Maria do Carmo Tafuri Paniago, que justificou suas ausências por motivo de saúde e do historiador Antônio Brant Ribeiro Filho.
Quem vos dirige a palavra neste instante, designado relator (secretário), incumbiu-se, em suas limitações intelectuais e técnicas, de um relatório, sobre o qual, naturalmente, e como se esperava, houve convergência e...divergência! Tudo é de conhecimento de V. Exas., informados, durante os últimos três meses, de todas as diligências, correspondências, relatórios, diálogos impertinentes, pareceres, enfim, ressaltando-se os debates sobre a necessidade imperiosa de se resgatarem documentos relativos à vida de Viçosa que se encontram noutras cidades, sendo esta questão documental o cerne das discussões e, mais importante, o encontro que produziu o consenso em relação à necessidade de se elaborar um calendário oficial, na Legislação Municipal, contendo as datas cívicas representativas, especialmente aquelas ligadas às formalidades e dispositivos legais que regeram sua criação e os registros públicos que marcaram o início da existência oficial do Município de Viçosa. Nos debates e trocas de correspondências entre os membros da comissão emergiriam, como emergiram, e como bem previra o imortal Dr. Randolpho, "valores de ordem cultural, ética, sociológica, histórica e até religiosa, que, em sua sabedoria, enfatizou: "A meu ver, salvo melhor juízo, restam incontroversas que as datas de 30 de setembro de 1871 e 22 de janeiro de 1873 tratam-se, respectivamente, da elevação do povoado de Santa Rita do Turvo à categoria de Vila e da efetiva instalação da Vila.
Destarte, estes fatos são marcos históricos de nossa cidade sobre os quais não vislumbrei controvérsias entre as manifestações que até agora circularam. Isto é, ninguém discordou que em 30 de setembro de 1871 Santa Rita do Turvo foi elevada à categoria de Vila e em 22 de janeiro de 1873 a Vila foi instalada. Deste modo, o que se deve discutir é qual o marco pretendemos estabelecer como referência para a nossa história.
E como destacou o Notável Simão Cirineu Ladeira, "propondo a oficialização de um Calendário de Datas Cívicas, pensa em deixar para Câmara Municipal a decisão política sobre se quer fazer de alguma dela feriado ou não, acrescentando-se que o essencial é que se passe a descrever o que, feriado ou não, se comemora em 30 de setembro, hoje contemplado com referências variadas, as quais misturam fatos ocorridos em datas diferentes como a emancipação do Município e a elevação da vila à categoria de cidade, sem nenhuma menção ao que realmente aconteceu no dia 30 de setembro de 1871: a sanção da lei que permitiria a 22 de janeiro de 1873 a efetiva instalação da vila."
Assim, a decisão é política. O que fazer com tudo o que foi feito? Os legítimos representantes do povo viçosense é que saberão e poderão fazê-lo, e o farão, tenho fé e esperança, da melhor maneira possível. Viçosa merece este resgate.
Tenho dito”.