Câmara realiza sessão solene em homenagem ao centenário de Vinicius de Moraes

por vca — publicado 16/12/2013 08h54, última modificação 11/03/2016 09h08
16/12/2013

             Sessão solene vinicius

O plenário da Câmara virou um palco com apresentações artísticas na noite da quinta-feira (12), durante sessão solene, solicitada pelo Vereador Marcos Nunes (PT), em homenagem ao centenário do nascimento do poeta, músico e diplomata Vinicius de Moraes.

Músicas consagradas como "Garota de Ipanema". “Pela luz dos olhos teus”, “Eu sei que vou te amar" foram cantadas durante o evento pelo músico viçosense e também organizador do evento, Francisco Nascimento.

 

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O Vereador Marcos Nunes contou um pouco da vida diplomata de Vinicius. “Foi diplomata de carreira. Tendo ingressado no Itamaraty por concurso, em 1942, serviu em Los Angeles, Paris e Montevidéu. Em 1943, Vinícius ingressou oficialmente na carreira diplomática, com 29 anos, sendo nomeado para o cargo inicial no Ministério das Relações Exteriores pelo então presidente Getúlio Vargas. Em 1946, foi indicado para a vaga de vice-cônsul em Los Angeles, nos Estados Unidos, onde ficou por cinco anos.”

E continuou falando da sua vigiada vida boêmia: “Como pode um poeta ameaçar uma ditadura? No caso de Vinicius de Moraes, o risco parecia ainda mais remoto. Nos anos 60, enquanto os militares caçavam comunistas, ele cumpria uma rotina inofensiva e movimentada. De dia, dava expediente como diplomata no Palácio do Itamaraty. À noite, fazia a ronda pelos bares de Copacabana, quando não estava no palco de boates ao lado de colegas da bossa nova como Tom Jobim e Nara Leão. Com os livros, os discos e os sucessivos namoros e casamentos, às vezes simultâneos, sobrava pouco tempo para pensar em política. Mesmo assim, os arapongas mantiveram vigilância cerrada sobre os passos do “poetinha”. Resultado, Vinícius acabou sendo expulso do Ministério das Relações Exteriores em abril de 69, com base no Ato Institucional nº 5 (AI-5)”.

Entre idas e vindas ao país, Vinicius nunca deixou de compor e trabalhar com música, poesia e cinema. Durante a sessão, foram citadas as suas parcerias e cantadas músicas compostas por ele e seus parceiros, como Tom Jobim, Carlos Lyra, Hermano Silva, Baden Powell, Chico Buarque e Toquinho.                                      

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Poemas como: Soneto de Fidelidade, O operário em construção, Rosa de Hiroshima, e Pátria Minha (fragmentos), foram declamados pelo graduando de letras, Rafael Lobão e pelo produtor cultural, Luciano Cintra.

A filha de Vinicius, Georgiana de Moraes, encaminhou uma correspondência à Casa, em nome da família, agradecendo a homenagem. “A estória da relação de nosso pai com Minas Gerais é ampla, tendo Vinicius descrito em crônicas e versos seu amor pelo Estado. Amigos de mineiros ilustres como: Carlos Drummond de Andrade, Otto Lara Rezende, Fernando Sabino e Paulo Mendes Campos estaria certamente contente com a referida homenagem”, trecho da carta na íntegra.

Os Vereadores Idelmino Ronivon (PC do B), Geraldo Luis Andrade (Geraldão) (PTB) e Sávio José (PT) estiveram presentes na sessão.