Vereadores voltam a debater sobre a situação da Saúde

por Assessoria de Comunicação publicado 24/11/2021 11h25, última modificação 24/11/2021 16h29

Na reunião Ordinária da terça-feira (23), as pautas relacionadas à precariedade da saúde no Município estiveram presentes nas discussões da Tribuna Livre e nas falas dos vereadores. Abrindo a Tribuna,o cidadão Ademir dos Santos Barbosa relatou sobre a morte do seu filho no Hospital São Sebastião (HSS) e posteriormente Luciano Lopes Gomes expôs sobre a falta de médico para assinar atestado de óbito em decorrência de falecimento em residência.

Iniciando sua fala, Ademir explicou que reside na cidade de Presidente Bernardes e há 30 dias precisou recorrer ao hospital viçosense quando sua esposa, ao final da gestação, começou a perder líquido de forma abrupta. ‘’Demos entrada no HSS às oito horas da manhã. Ela ficou o dia todo dentro do hospital perdendo líquido e nada foi feito. Às 23 horas a médica informou que o coração do meu filho estava fraco e teria que ser feita uma cesárea de emergência, que teve o dia todo para acontecer e não foi feito. Às 01h tiraram meu filho e eu não ouvi o choro dele. Assim já soube que algo de errado estava acontecendo’’, relatou a cidadão.

Adiante, Ademir explicou que ‘’a médica veio comunicar que fez tudo o que podia, mas meu filho tinha falecido. Estou esperando durante todo esse tempo uma resposta do hospital e mesmo depois de tudo ainda passei por problemas para tirar o corpo do meu filho no hospital porque a médica não tinha assinado as documentações. Tive que acionar a polícia e fazer um boletim de ocorrência de tudo que aconteceu’’.

Fechando o uso da Tribuna Livre, o último inscrito, Luciano Lopes Gomes, explicou que trabalha com serviço funerário na cidade e tem enfrentado dificuldades em encontrar médicos para atestar óbito em residência. ‘’A funerária não pode remover o corpo sem a garantia de um médico para atestar o óbito. Além dessa dificuldade, a família tem que pagar a quantia de 350 reais para isso. Peço ajuda da Casa para pensarmos em uma saída para resolver esse problema seríssimo’’, disse Luciano. 

Em ambas as situações, o Presidente da Casa Legislativa, Vereador Edenilson Oliveira (PSD) solicitou que a Comissão de Saúde e Assistência Social apure as informações. ‘’Está no momento de chamarmos o Hospital São Sebastião para uma conversa na Casa. Nós precisamos ouvir o outro lado também para que sejam feitos os devidos encaminhamentos’’, disse Edenilson.

O Presidente da referida Comissão, Vereador Sérgio Marota (PSL), disse que ‘’na semana passada estive em reunião por mais de duas horas com o Ademir, onde ele pôde me relatar com detalhes o que aconteceu no Hospital São Sebastião. É uma situação que deixa todos nós profundamente abalados e vamos cobrar o que de fato aconteceu. No momento, estamos aguardando um posicionamento e esclarecimento do HSS’’.

A Vereadora Jamille Gomes (PT), membro da Comissão, se solidarizou com a perda de Ademir e relatou sobre a violência obstétrica sofrida pela esposa do cidadão. ‘’Ele teve a coragem de trazer a sua história na tribuna, mas isso é uma situação que acontece com outras mulheres em outros níveis. A violência obstétrica é uma questão de saúde pública e que viola também os direitos humanos’’, expôs a parlamentar. Jamille ainda reforçou o convite para a Audiência Pública, que acontecerá na Casa Legislativa no dia 06/12, para debater sobre o Enfrentamento à Violência Obstétrica. O Requerimento nº 069/2021, que solicita a sessão, é de autoria do Vereador Robson de Souza (Cidadania) e coautoria da Vereadora Jamille. 

Relacionado ao tema da última tribuna, o Vereador Rogério Fontes (Tistu) (PSL) solicitou por intermédio da indicação nº 685/2021, que seja providenciada a disponibilização de médico plantonista, nos finais de semana e feriados, para execução das declarações de óbito no âmbito domiciliar.

Os demais vereadores se solidarizam com as situações apresentadas.

*texto da estagiária Melina Matos sob supervisão de Mônica Bernardi