Audiência Pública debate Saúde Mental Materna

por Assessoria de Comunicação publicado 14/07/2022 16h30, última modificação 14/07/2022 17h34

Foi realizada na noite da quarta-feira (13), por intermédio do Requerimento nº 033/2022 de autoria da Vereadora Jamille Gomes (PT), a Audiência Pública que discutiu sobre a Saúde Mental Materna. O encontro aconteceu no Plenário da Casa Legislativa, e foi presidido pela parlamentar, e ao seu lado, na Mesa Diretora, estiveram a Psicóloga Perinatal, Doula e representante do Instituto “Eu Na Gravidez”, Daniele Linhares e a Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Maria de Fátima Lopes. 

Enquanto na Mesa Central estiveram a Coordenadora de Políticas Públicas para Mulheres, Gabriele Wakim, a Enfermeira da Maternidade do Hospital São Sebastião (HSS), Elisândra da Silva, além da Coordenadora do Comitê de Prevenção de Mortalidade Materno Infantil e Fetal, Elza Maria Vieira. Justificaram a ausência as convidadas Ana Flávia Diniz, Defensora Pública de Viçosa e Cristiane Melo, representante da Casa das Mulheres. Também participou da sessão a Vereadora Marly Coelho (PSC).

A Vereadora Jamille, reforçou a justificativa do encontro dizendo que durante a pandemia foi possível perceber a sobrecarga das mães, e como isso afeta a saúde mental das mulheres. “A necessidade constante do cuidado, o serviço doméstico, essas coisas que parecem naturais para as mulheres acabam gerando questionamentos e crises. Além de toda a romantização da gravidez que muita das vezes é prejudicial, por isso se faz tão necessário debater esse problema social”. 

Iniciando o debate, Danielle afirmou que 1 em cada 4 mulheres apresentam sintomas de depressão durante a gestação, enquanto 35% apresentam alterações hormonais além do esperado para o período, se classificando como ansiedade ou outros distúrbios. Em sua fala, a psicóloga expôs a necessidade de não romantizar esse processo e as muitas mudanças consequentes dele. “A maternidade pode ser linda, mas também pode ser dolorosa e cheia de desafios para muitas mulheres. Por isso, devemos falar abertamente sobre isso, para que as mães e futuras mães possam receber informações honestas e se conscientizar sobre esse processo”, afirmou Daniele.

Pautou-se muito sobre a sobrecarga das mulheres e instinto maternal como algo intrínseco às mulheres. A Coordenadora de Políticas Públicas para Mulheres reforçou esse pensamento ao falar sobre a necessidade de conscientizar e preparar os profissionais para esse momento tão delicado das mães, de modo que seja uma política preventiva aos futuros problemas que podem ser desenvolvidos. Alinhado à isto, a Enfermeira da Maternidade do HSS, Elisândra, falou sobre a necessidade da escuta qualificada, por parte dos profissionais. “Não é apenas ouvir, é saber ouvir e saber falar. É um momento em que as mulheres estão fragilizadas, e é necessário uma empatia enorme por parte dos profissionais, isso é um direito das mães e um dever dos profissionais. Como eu acompanho de perto a maternidade do Hospital, eu sei que muitos dos profissionais desempenham esse trabalho, mas é necessário expandir essa atitude e garantir um atendimento seguro”. 

Como encaminhamentos ficaram estabelecidos encontros que abordem o debate, em especial nas comunidades, como sugestão da Vereadora Jamille; a capacitação dos profissionais de saúde materna, como proposta da Psicóloga Daniele, além da divulgação do Programa "Casal Gravido", que acontece nas dependências do Hospital São Sebastião que possibilita conhecer a instalação e processo da gestação. A sessão completa, com as demais exposições dos presentes e participação popular no plenário, pode ser conferida na íntegra pelo canal do YouTube da Câmara

*texto da estagiária Thais Cal sob a supervisão de Mônica Bernardi