Audiência Pública discute sobre impacto das Mudanças Climáticas

por Assessoria de Comunicação publicado 09/11/2022 10h30, última modificação 09/11/2022 13h29

Na segunda-feira (07), ocorreu a Audiência Pública para discutir sobre o impacto das mudanças climáticas e como isso afeta o município de Viçosa no que tange às fortes chuvas, atendendo ao Requerimento nº 054/2022 de autoria do Vereador Daniel Cabral (PCdoB), que presidiu a sessão no plenário da Câmara Municipal. A mesa diretora contou com a presença do Secretário de Obras e Serviços Urbanos, José de Arimathea, do Chefe do Departamento de Defesa Civil, Cristimar do Vale Castro, e do Chefe do Departamento de Agricultura e Pecuária, Reginaldo Valente, que representou o secretário da pasta

Iniciando a sessão, o Vereador Daniel solicitou aos participantes, remotos, que enviassem nomes de ruas, comunidades e zona rural em situações emergenciais pelas mídias sociais da Câmara, para que tais demandas fossem mencionadas durante a transmissão, "a fim de devolver o direito de ir e vir daqueles que foram impossibilitados devido às fortes chuvas", como destacou o parlamentar. 

O primeiro a se pronunciar foi o Chefe da Defesa Civil Cristimar, que esclareceu que o departamento tem a função de coordenar as ações no Município para que a execução seja realizada pela Secretaria de Obras, que hoje é a responsável pela realização de obras, medidas preventivas, entre outras iniciativas. Na sequência, ele informou que foi notado um déficit no número de trabalhadores da Secretaria de Obras, ''então foi elaborada a estratégia de contratação de uma equipe, para que os órgãos pudessem trabalhar em conjunto e colaborar com as melhorias no Município. Lembrando que somos coordenadoria, mas agora estamos executando obras em locais que já tiveram problemas’’, completou o Cristimar.

A seguir, o Secretário, José de Arimathea, salientou que um problema recorrente e previsível é o desmoronamento do solo, informando que os servidores e máquinas ficam de plantão para socorrer a população quando há precipitação. Segundo Arimathea, o acolhimento das comunidades é feito pela Assistência Social, e, em casos de perda de moradia, os desabrigados são direcionados às escolas que se dispõe a oferecer abrigo temporário, até que a situação seja resolvida. 

Na oportunidade, Daniel se direcionou ao Chefe do Departamento de Agricultura para questionar se existe um cronograma em relação às comunidades rurais para que o dano no período chuvoso seja reparado e não seja recorrente, solicitando informações sobre o monitoramento de tais locais. Em resposta, Reginaldo disse que estão ‘’desenvolvendo metodologias a respeito do manejo de conservação da água no solo’’, evidenciando que, pela vasta extensão rural do Município, dependendo do volume das chuvas, alguns locais sofrem desastres maiores que outros. Segundo ele, essa é uma das características do aquecimento global, comprovada com dados e estudos.

Além disso, o Chefe do Departamento de Agricultura esclareceu que ‘’por mais que as medidas de prevenção sejam aplicadas, ainda surgirão problemas atípicos provenientes das fortes chuvas. As demandas são recebidas e o monitoramento dos locais que se encontram em vulnerabilidade é feito através de um mapa onde são traçadas as estratégias para cada região, ao longo dos meses’’, completando com a informação de que ‘’às vezes a máquina se encontra em um local, surge uma emergência e ela precisa se deslocar até lá. A comunidade pode ficar sem entender, mas muitas vezes nós precisamos deixar um serviço, para atender outro emergencial. Porém, é certo que retornaremos posteriormente para finalizar o que havia iniciado’’. 

Posteriormente, Cristimar informou que uma das possíveis soluções e medidas necessárias a serem tomadas é a implantação de uma estação meteorológica em Viçosa, a fim de preparar e antecipar a população com o aviso da possibilidade de fortes chuvas, tendo uma precisão de até 95% exclusiva para o Município, visto que a atual previsão é incerta, segundo ele. Além disso, foi destacada a importância da instalação dos pluviômetros em comunidades rurais, sugerido também por Reginaldo, a fim de recolher e medir, em milímetros, a quantidade de líquidos ou sólidos precipitados. 

O Vereador Marco Cardoso (Marcão Paraíso) (PSDB), acompanhou a transmissão online e aproveitou a oportunidade para questionar sobre a Rua Marli Azevedo, no Bairro Maria Eugênia, se o manilhamento seria realizado em toda a rua e qual a previsão para concluir a obra. Em resposta, José de Arimathea, informou que ‘’será realizada em toda a rua e que será entregue em no máximo 60 dias, a depender das chuvas excessivas que podem atrapalhar a realização da obra’’.

Durante a reunião Ordinária da terça-feira (08), o Presidente da sessão, Vereador Daniel, comentou sobre a audiência, em que reforçou a importância de trabalhar em conjunto com o Executivo e alertou a população para as fortes chuvas, que irão ocorrer ao longo da semana. Segundo Daniel, com a verticalização da cidade as temperaturas mudaram drasticamente e as chuvas estão cada vez mais fortes, 'por isso está chovendo desse jeito'. Além de comentar que o Secretário de Obras e Serviços Urbanos, José de Arimathea, não soube repassar o cronograma com os próximos passos da Secretaria, durante a audiência. "A gente vê claramente que estão perdidos. Não temos as respostas referente ao planejamento nem quando e como as obras serão entregues", afirmou o parlamentar, reforçando sua indignação. 

Vale destacar que a Audiência foi transmitida remotamente pelas mídias sociais da Câmara e a sessão completa, com todos os detalhes do debate e questionamentos levantados, já está disponível no canal do YouTube.

*texto da estagiária Ana Clara Marques sob a supervisão de Mônica Bernardi