Transferência de tratamento Oncológico de Muriaé para Ponte Nova volta a pauta em Ordinária

por adm publicado 01/09/2023 11h25, última modificação 01/09/2023 11h33

Durante a reunião Ordinária da terça-feira (27), a questão sobre o remanejamento dos serviços oncológicos do Hospital do Câncer da Fundação Cristiano Varella, em Muriaé, para o Instituto de Oncologia do Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD), em Ponte Nova foi novamente pauta, sendo discutido no momento da Tribuna Livre e nas falas dos vereadores.

Em primeira instância, Luana Comastri Nogueira Fontenelle, ex-portadora de Câncer, usou a Tribuna Livre para falar sobre a transferência do serviço de oncologia de Muriaé para Ponte Nova. Em sua fala, Luana disse que já passou por dois quadros de câncer, e desde que se curou do primeiro, há 15 anos atrás, luta para que Viçosa tenha o serviço de quimioterapia credenciado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ademais, Luana opinou a favor do remanejamento visto que, segundo ela, Ponte Nova é mais próxima de Viçosa, o que trará benefícios sendo menos cansativo e mais humanizado. A ex-portadora da doença ainda disse que, mesmo o Hospital Cristiano Varella sendo um centro de referência, este não se prontificou para trazer serviços oncológicos para Viçosa. Ao fim de sua fala, destacou que o HNSD receberá um grande aporte financeiro para a realização dos serviços, além de ser uma grande possibilidade de uma parte do setor de quimioterapia ser realizado em Viçosa, “uma grande conquista”, concluiu.

Durante o uso da Palavra Livre, o Vereador Rogério Fontes (Tistu) (sem partido), disse que já visitou o Hospital de Ponte Nova, e contou sobre a existência de uma máquina de radioterapia de última geração, porém, opinou que ‘é preciso que a população tenha direito de escolha de onde queira receber tratamento’. Ainda no assunto, Tistu salientou que ‘é importante deixar a politicagem de lado e trabalhar para que os dois locais possam atender toda a região, para que se tenha uma saúde melhor’.

Em sequência, a Vereadora Vanja Honorina (PSD) contou que no dia 26 de junho (segunda-feira), esteve no Hospital do Câncer da Fundação Cristiano Varella, em Muriaé, e conversou com o Diretor Superintendente, Sérgio Henriques. No vídeo apresentado, Sérgio destacou que o Hospital conta com quase 200 (duzentos) leitos, casa de apoio para 110 (cento e dez ) pacientes, mais de 70 (setenta) médicos especialistas com dedicação exclusiva à fundação, atendimento exclusivo para oncologia , tratamento humanizado, cuidados paliativos, além de cirurgias oncológicas com médicos especializados.

“É uma questão política”, afirmou o Vereador Bartomélio Martins (Professor Bartô) (PT). Em sua fala, Bartô questionou a ausência do posicionamento do Governador de Minas Gerais, Romeu Zema Neto (Partido Novo) e do Deputado Estadual Roberto Dias de Andrade (Avante), “onde está a responsabilidade com a cidade de Viçosa?”, criticou.

Em seguida, o Vereador Edenilson Oliveira (PSD), presidente da Câmara Municipal de Viçosa no biênio 2021/2022,  ressaltou que recentemente, presenciou um caso de que um paciente precisava de tratamentos oncológicos em Ponte Nova, mas não conseguiu vaga no HNSD. Sobre isso, Edenilson falou, indignado, que ‘a saúde pública precisa de ser tratada com seriedade’ e que continuará lutando para isto. É importante lembrar que, Edenilson traz essa pauta desde o ano passado, ainda em sua gestão, quando houve uma discussão sobre a possível mudança nos serviços oncológicos. Além disso, na Ordinária do dia 20 de junho, o parlamentar voltou ao tema, lamentando sobre ‘a politicagem sórdida’, que, segundo ele, é a responsável pela perda de qualidade da saúde de Minas Gerais.

Ainda no tema, Edenilson requereu a Representação nº 016/2023, que solicita que a Secretaria Estadual de Minas Gerais proceda a consideração de manter o Hospital do Câncer de Muriaé como  referência para tratamento oncológico da população de Viçosa e das cidades da microrregião, visto que esse possui médicos altamente qualificados e especializados, além de uma infraestrutura moderna. No documento, o vereador argumenta que a mudança abrupta para o HNSD em Ponte Nova prejudica a relação de proximidade entre pacientes e equipe médica existente em Muriaé, o que gera insegurança e desconforto nos indivíduos já fragilizados pelo diagnóstico da doença. A Representação foi assinada também pelos parlamentares Bartomélio Martins, Cristiano Gonçalves (Moto Link) (Solidariedade), Daniel Cabral (PCdoB), vice-presidente da Casa Legislativa, Gilberto Brandão (AVANTE), Jamille Gomes (PT), João Januário (João Josino) (Cidadania), líder do prefeito na Câmara, Marco Cardoso (Marcão Paraíso) (PSDB), Marcos Fialho (sem partido), Marly Coelho (PSC) e Rafael Cassimiro (Filho do Zeca do Bar) (PSDB), presidente da Casa Legislativa.                                                                                                                                                                         

Ainda no Pequeno Expediente, a Vereadora Jamille disse que se posicionará sobre o assunto depois que visitar os dois hospitais, conjuntamente com a Vereadora Marly.

Na sequência, o Vereador Marcão falou que é preciso cuidado ao falar sobre o assunto, visto que pessoas competentes estão estudando sobre o caso e afirmou que é uma ‘questão técnica’. Em sua fala, o parlamentar disse que, se preocupa também com a saúde, ‘mas não acha que esta situação se trata de ‘politicagem’.

Corroborando com o colega, o Vereador Marcos também disse que a questão é técnica, e  ‘não politicagem’.

Em contrapartida, o Vereador Bartô questionou sobre o porquê de não ter sido realizado uma consulta antes da decisão do remanejamento com os pacientes e autoridades e afirmou que ‘o governo não fez tecnicamente’.  Em contexto, a direção da Fundação Cristiano Varella, responsável pelo Hospital do Câncer de Muriaé, divulgou, em Nota, no dia 19 de maio, que 'a entidade não foi consultada e não teve qualquer iniciativa relacionada ao remanejamento'.

Ao fim, o Vereador João disse que é preocupante a situação visto que, Ponte Nova pode não ter recursos suficientes para atender a população.

*texto da estagiária Larissa Fontes sob supervisão de Mônica Bernardi